Sobre o Artista

Multi - Artista Visual, 90’s, São Paulo - Brasil.

Movido pela inquietude e ávido por novidades, busco explorar as possibilidades de criação traçando paralelos entre as linguagens. Acredito no poder das imagens e de seus símbolos, aprecio os limites e as capacidades multifacetadas da reconstrução dos pontos de vista tornando possível escancarar as possibilidades e renovar-se trazendo um frescor pulsante a cada piscar de olhos.

Esse processo de elaboração do trabalho acontece na fronteira entre a tecnologia analógica e digital, pontuando suas distinções e aproximações, explorando o lado subjetivo da maneira em que se produz conteúdo audiovisual onde proponho questionar, através da imagem, uma reflexão e construção do que pode impactar nos usuários tanto sobre a influência dos meios tecnológicos como através deles.

As interferências das máquinas no comportamento humano me instigam a explorar, através da estética, mudanças que ainda são muito recentes. Tais mudanças, como as interfaces criadas para mediar o homem e a máquina, produzem um novo ser humano que se torna usuário e ou um avatar de um espaço infinito - internet - de possibilidades.

Questionamentos como: Quais são as alterações no seu processo de escolha? Como se relacionam? Como filtrar seus conteúdos? Como perceber-se nesse espaço? Além das questões existenciais, movem a produção do meu trabalho.

Mesclar dispositivos obsoletos tais como, câmeras de vídeos VHS, mini DVD e dispositivos modernos como câmeras DSLR, convergindo as ferramentas pode provocar uma reflexão aparente que se distancia pela visualidade. Uma imagem “imperfeita” de baixa resolução, cheia de ramificações, falhas, erros e exageros Glitch frente a imagem “perfeita” de alta definição propõe um olhar sobre esse distanciamento. Ao caminhar entre a subjetividade das falhas das imagens o espectador é convidado a refletir além do óbvio, é capaz de questionar a qualidade de uma imagem para além das questões técnicas, e perceber a carga no seu processo de produção e ao que possa se destinar - O incômodo aos olhos para tocar a mente e reconstruir o pensamento.









Enxergar na falha um ponto de clareza, um suspiro de percepção, de buscar em si o seu melhor, de associar os ruído às barreiras que precisamos vencer, perceber e ponderar as brechas como ponto de partida, um novo começo.

Sob o mesmo viés surgem as questões da volatilidade do mercado de consumo (IN)consciente, das diversas atualizações dos aparatos tecnológicos, de uma indústria criada para seduzir, onde gerar números sobrepõem às questões ambientais e valores importantes de maneira que o consumo se torne megalomaníaco e auto-destrutivo.

Recorrer a esses aparatos tecnológicos em “desuso” é pausar o passo atual para repensar os próximos e que esse reposicionamento possa se dar de maneira mais responsável, igualitária e sensível.

Sendo artista de um país subdesenvolvido, onde as taxas de impostos são exorbitantes e refletem diretamente nas dificuldades econômicas na de produção do fazer artístico - sobremaneira audiovisual - proponho reutilizar equipamentos e com isso ressignificar seu uso.

O trabalho ganha formato manifesto quando possibilita que mais pessoas se sintam encorajadas a se empoderar do que lhe é possível, criando a partir de equipamentos próprios sua expressão e gerando possibilidades de compartilhar novas vivência de diferentes maneiras. Além disso é possível observar um enriquecendo através do conhecimento e do fazer que cria a alternativa de extrair possibilidades das “restrições” que o próprio consumo criou e trazer uma imagem ressignificada de valores em mundo de imagens tão pré definidas.

Precisamos entender a máquina e seu “modus operandi” em todos os níveis. Dentre tantas linguagens que estão reconfigurando as relações homem e máquina, a arte se torna uma espécie de ponte para aproximar, refletir e construir novos conceitos por intermédio da virtualização da imagem.

Dentre gifs, memes, mensagens motivacionais e outras formas de expressão, procuro utilizar uma linguagem múltipla, acolhedora e por ora perturbadora, que ajude a espantar os fantasmas vigente sobre a máquina e explorar outros campos do pensamento sobre autopercepção e interação com o ambiente para além de alguns cliques ou toque.

Palavras-chaves: arte, tecnologia, videoarte, tecnologias, moda, reutilização, internet, memes, glitch, gifs, kitsch, vintage, cyberpunk, vaporwave, novas mídias...
Como queremos alcançar uma imagem perfeita se não conseguimos traduzir quem somos?
Agressivo Pop.

Ataca dentro dos moldes modernos de distribuição de padrões e conceitos e de seus próprios ídolos, os quais tenta superar.
O vigor de seu trabalho se apresenta nas escolhas de temas, causando uma dualidade constante entre o belo e o grotesco, uma fronteira muito tênue e versátil que se liquefaz a seu bel prazer. A tecnologia e o kitsch são costurados com amargor, mas sem perder o caráter divertido e burlesco, sua maior característica. Reflete completamente, não sua personalidade base, mas máscara pop que criou para si. É quase um terrorista, mas que transformou bombas em choque sinestésico e o extremismo em entretenimento.

Escrito por Guilherme Massau em 2016.